Os vereadores de Extremoz, na
Grande Natal, já concluíram a Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI)
instaurada para investigar os gastos da Prefeitura
com a merenda escolar. E os
dados coletados não são nada bons para o Poder
Executivo municipal. Foram
várias as irregularidades constatadas e, agora, a
Casa Legislativa está
analisando a questão jurídica. A abertura de um processo
de impeachment e o afastamento
do prefeito, Klauss Rego, do PMDB, não estão
descartados.
Dentre as irregularidades
constatadas, os vereadores ressaltam gastos
“inexplicáveis” como a compra
de 35 mil ovos em novembro de 2010. A nota
fiscal da compra é referente
ao dia 17, quando os alunos já estavam até no
recesso escolar. Mas não é só.
Foram comprados mais de 6 mil quilos de leite
em pó no mesmo mês, o que
representaria mais de 30 mil saquinhos do
alimento.
“Há também, em novembro, a
compra de 498 quilos de alho. Seria necessário
um Estado inteiro de vampiro
para se usar tanto alho assim. Não tem
justificativa”, afirmou o
vereador Mica, do PSB, relator da CPI instaurada.
Segundo o parlamentar, haveria
também o registro de compra de atum e biscoito
recheado de uma marca
específica, mas “nenhum dos dois itens jamais foi visto
nas escolas do município”.
No relatório que O Jornal de
Hoje teve acesso, é possível constatar outros itens
que não foram entregues,
segundo a CPI. Carne de charque, salsicha sem
corante, peixe e “outros” são
citados como irregularidades. “As quantidades
entregues nas escolas e
creches eram insuficientes”, acrescenta o relatório.
É importante lembrar que nos
meses anteriores, a compra de suplementos
desse tipo já vinha sendo
registrada. “Esses dados foram revelados pela
Comissão da Merenda Escolar e
mostram a lista muito bem detalhada e
explicada, com notas fiscais e
registros de compra e venda. Por isso, as
irregularidades são fortes”,
afirmou o presidente da CPI, o vereador Fábio
Vicente, do PROS.
Os trabalhos, iniciados em
julho deste ano, resultaram em um relatório de 500
páginas. O material colhido,
por sinal, já foi encaminhado para ministérios
públicos Federal e do RN,
Procuradoria Geral do Estado, tribunais de contas do
Estado e da União, e para o
Movimento Contra a Corrupção (MARCCO). “São
provas muito fortes, que não
tem como você argumentar e dizer que não tem
irregularidade”, ressaltou o
vereador Mica.
RELAÇÃO
A relação entre o prefeito de
Extremoz e os vereadores nunca foi lá muito
amistosa. No primeiro
semestre, por exemplo, os dois poderes municipais foram
para na Justiça por conta do
não pagamento do duodécimo à Casa Legislativa.
Fonte: Portal JH
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