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segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Vereadores concluem CPI e podem dar início a impeachment do prefeito

Os vereadores de Extremoz, na Grande Natal, já concluíram a Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada para investigar os gastos da Prefeitura
com a merenda escolar. E os dados coletados não são nada bons para o Poder
Executivo municipal. Foram várias as irregularidades constatadas e, agora, a
Casa Legislativa está analisando a questão jurídica. A abertura de um processo
de impeachment e o afastamento do prefeito, Klauss Rego, do PMDB, não estão
descartados.
Dentre as irregularidades constatadas, os vereadores ressaltam gastos
“inexplicáveis” como a compra de 35 mil ovos em novembro de 2010. A nota
fiscal da compra é referente ao dia 17, quando os alunos já estavam até no
recesso escolar. Mas não é só. Foram comprados mais de 6 mil quilos de leite
em pó no mesmo mês, o que representaria mais de 30 mil saquinhos do
alimento.
“Há também, em novembro, a compra de 498 quilos de alho. Seria necessário
um Estado inteiro de vampiro para se usar tanto alho assim. Não tem
justificativa”, afirmou o vereador Mica, do PSB, relator da CPI instaurada.
Segundo o parlamentar, haveria também o registro de compra de atum e biscoito
recheado de uma marca específica, mas “nenhum dos dois itens jamais foi visto
nas escolas do município”.
No relatório que O Jornal de Hoje teve acesso, é possível constatar outros itens
que não foram entregues, segundo a CPI. Carne de charque, salsicha sem
corante, peixe e “outros” são citados como irregularidades. “As quantidades
entregues nas escolas e creches eram insuficientes”, acrescenta o relatório.
É importante lembrar que nos meses anteriores, a compra de suplementos
desse tipo já vinha sendo registrada. “Esses dados foram revelados pela
Comissão da Merenda Escolar e mostram a lista muito bem detalhada e
explicada, com notas fiscais e registros de compra e venda. Por isso, as
irregularidades são fortes”, afirmou o presidente da CPI, o vereador Fábio
Vicente, do PROS.
Os trabalhos, iniciados em julho deste ano, resultaram em um relatório de 500
páginas. O material colhido, por sinal, já foi encaminhado para ministérios
públicos Federal e do RN, Procuradoria Geral do Estado, tribunais de contas do
Estado e da União, e para o Movimento Contra a Corrupção (MARCCO). “São
provas muito fortes, que não tem como você argumentar e dizer que não tem
irregularidade”, ressaltou o vereador Mica.

RELAÇÃO
A relação entre o prefeito de Extremoz e os vereadores nunca foi lá muito
amistosa. No primeiro semestre, por exemplo, os dois poderes municipais foram
para na Justiça por conta do não pagamento do duodécimo à Casa Legislativa.

Fonte: Portal JH





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