Foto: ERNESTO BENAVIDES / AFP
De geração para geração: 38 anos depois, Flamengo vence o River Plate e é campeão da Libertadores
Na primeira final em jogo único da Libertadores, Rubro-Negro sai atrás do placar e encontra muita dificuldade contra os argentinos. Mas Gabigol aparece no fim, vira para 2 a 1 com dois gols e desbanca atual campeão em Lima, no Peru.
Sábado, 23 de novembro de 2019. Data em que todas as gerações vivas de torcedores do Flamengo podem se olhar com o mesmo sentimento. Os rubro-negros de 40 e poucos anos ou mais novos, que não tinham nascido ainda em 1981 ou que eram pequenos demais na época, cresceram ouvindo as façanhas daquele time mágico de Zico e companhia. Narrativas que soavam mais como ficção do que realidade para quem não "viu com os próprios olhos". A veracidade de uma história, por mais "baseada em fatos reais" que seja, só ganha contornos lúdicos na vivência. E hoje, eles podem dizer: "Pai, agora eu sei como é".
Depois de décadas na fila, amargando decepções fora das fronteiras brasileiras enquanto flertava com o perigo em campeonatos nacionais, um novo futebol que encanta foi coroado nesta noite no Estádio Monumental de Lima, no Peru. O Flamengo de Jorge Jesus, Gabigol, Bruno Henrique, Arrascaeta & Cia. venceu o forte River Plate em uma final histórica, a primeira Libertadores decidida em jogo único e campo neutro. 2 a 1, de virada, com dois gols de Gabigol "para inglês ver". E por falar em Inglaterra, Liverpool, Mundial... seria sonhar demais colocar os ingleses na roda de novo?
Torcida do Flamengo vai à loucura no Monumental de Lima (Foto: Antonio Lacerda/EFE)
Como canta a torcida, o Flamengo terá a chance de conquistar o mundo de novo. O título deu a classificação para o Mundial de Clubes, que esse ano acontece entre os dias 11 e 21 de dezembro em Doha, no Catar. O Rubro-Negro estreia no dia 17, uma terça-feira, contra o campeão da Ásia ou o Espérance, da Tunísia, no Estádio Khalifa.
Título em dose dupla?
Primeiro tempo
Marcação do River foi bem... até o fim (Foto: DELMIRO JUNIOR/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO)
O Flamengo começou no ataque, mas sem conseguir assustar. O River marcava bem e, aos poucos, foi mostrando porque se deve temer o atual campeão. Apesar do início armado para contra-ataques, os argentinos foram percebendo os espaços, mudaram a postura e chegaram ao primeiro gol aos 14, após erros de Filipe Luís no domínio e de Arão e Gerson, quando um deixou para o outro na área. A bola sobrou para Borré pegar de primeira e vencer Diego Alves. O Rubro-Negro sentiu o golpe, perdeu o domínio territorial e teve só uma única finalização no primeiro tempo com Bruno Henrique, de fora da área e para fora. Em 45 minutos de poucas chances, os Millonários estiveram mais perto de fazer o segundo do que de sofrer o empate.
Segundo tempo
O herói artilheiro
Gabigol repetiu feito de Zico fazendo dois gols na final de 1981 (Foto: NAYRA HALM/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO)
Assim como Zico em 1981, quando fez os dois gols da vitória por 2 a 0 na final contra o Cobreloa em Montevidéu, no Uruguai, Gabigol foi o herói em 2019 ao construir a virada por 2 a 1 nos minutos finais. O artilheiro rubro-negro, que chegou a 40 gols em 54 jogos pelo Flamengo, definiu o jogo em três minutos, aos 43 e 46 do segundo tempo. Que fase espetacular do camisa 9 rubro-negro, que temrinou como artilheiro da Libertadores com nove bolas na rede.
Melhor da América
Bruno Henrique foi eleito o melhor jogador da América em 2019 (Foto: Antonio Lacerda/EFE)
Gabigol foi o artilheiro da Libertadores e o melhor jogador da partida para a Conmebol. Mas a entidade sul-americana elegeu Bruno Henrique como o craque da América do Sul. O atacante, que fez cinco gols no torneio em 2019, não fez uma partida brilhante na final, mas foi decisivo ao construir a jogada do gol de empate.
Com sotaque europeu
Jorge Jesus comemora com a bandeira de portugal (Foto: Antonio Lacerda/EFE)
Campeão internacional pela primeira vez, Jorge Jesus se torna o segundo europeu a conquistar a Libertadores da América como treinador. O primeiro foi o croata Mirko Jozić, que faturou o título pelo Colo-Colo, do Chile, em 1991. Chegou a vez do português, que comemorou com uma bandeira de seu país.
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