O padre Ramiro José Perotto, que atua na paróquia de Carlinda (MT), cidade situada a 762 km de Cuiabá, capital do estado matogrossense, pediu perdão em carta aberta à imprensa após fazer comentários considerados ofensivos em uma rede social sobre o caso da menina de dez anos que foi estuprada e fez um aborto em função da agressão sexual.
O religioso, que excluiu o perfil nas redes sociais após receber muitas críticas em função da repercussão negativa do episódio, tem a conduta sob análise do bispo da Diocese Sagrado Coração de Jesus de Sinop, responsável pela paróquia da cidade. Ele poderá ser afastado da função.
O padre havia compartilhado uma publicação do presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), Dom Walmor de Oliveira Azevedo, contra o aborto, realizado com autorização judicial devido ao risco que a gravidez representava à menina, estuprada pelo tio desde os quatro anos.
Antes de a postagem ser apagada da web, foram tirados “prints” por internautas pelos quais foi possível notar que o padre Ramiro colocou em dúvida a versão da criança sobre o estupro. “Você acredita que a menina é inocente? Acredita em papai Noel também. 6 anos, por 4 anos e não disse nada”.
Ao R7, a Paróquia Paulo Apóstolo da Diocese Sagrado Coração de Jesus de Sinop confirmou a retratação do padre Ramiro, que não deverá se pronunciar sobre a polêmica. Confira a íntegra do texto escrito pelo religioso:
“Feliz daquele que é consciente de suas atitudes.
Caríssimos. Eu, Pe. Ramiro José Perotto, pároco na Paróquia São Paulo Apóstolo, Carlinda, MT, venho por meio desta dizer-vos que assumo toda a responsabilidade de três postagens em meu Facebook sobre a defesa da vida, no caso do aborto ocorrido no último dia 17.
As postagens foram excluídas por mim mesmo quando percebi inúmeros comentários que atacaram a minha defesa. Assumo a responsabilidade de ter proferido palavras desagradáveis, e justifico que compartilho da defesa da vida, nunca condenar e tirar julgamentos.
Não foi minha intenção proferir palavras de baixo calão, as quais não comungam com minha fé e minha crença na pessoa humana.
Àqueles que se sentiram ofendidos, só resta meu pedido de perdão. Excluí meu facebook por não querer mais ofender e ser ofendido. Precisamos ser fraternos. Sempre preguei isso.
As vezes que não fui, que Deus me perdoe. Lutemos pela vida, ela é dom de Deus. “Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância. Jo. 10,10″.
*Com informações do R7
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