Weska Sabrina, mãe de uma criança que faleceu com um mês de vida, relatou que a morte da filha foi provocada por uma bactéria. "Minha bebê ficou internada por 30 dias e morreu devido a uma bactéria muito forte dentro da UTI Neonatal, que tinha um bebê de 1 ano que deveria estar em uma UTI Pediátrica, mas estava na Neonatal", contou.
Abalada pela perda precoce, ela criticou a forma como a direção do hospital conduziu a situação. "Apenas após as mortes, o hospital decidiu tomar providência e está dedetizando. Mas foi preciso ter essas mortes para fazerem alguma coisa", reclamou.
Outra mãe é uma Tainara Tamires. Ela perdeu o filho com pouco mais de um mês de vida. "Eu tivo o bebê no dia 21 de agosto, ele nasceu com 28 semanas e precisou ficar internado por ser prematuro. Quando completou um mês, ele pegou essa bactéria e morreu. Hoje, ele estava fazendo dois meses. Ele estava super bem, ganhando peso, mas aconteceu isso ", relatou.
A Tainara também teceu críticas. "A gente gostaria de uma explicação, pois não ficou claro o que aconteceu. Isso não pode ficar impune", ex.
A Marcela Elizabeth é outra mãe que perdeu uma criança. A filha dela nasceu no dia 14 de setembro, com 24 semanas de gestação e também foi encaminhada à UTI Neonatal do Hospital Santa Catarina.
"Ela morreu no dia 7 de outubro por causa de uma bactéria. A gente quer explicações porque eu e outras mães perdemos nossos filhos por negligência", protestou.
De acordo com ela, a criança, mesmo considerada de prematuridade extrema, já mostrava sinais de desenvolvimento com menos de um mês de vida. "Minha filha estava bem, saudável, não tinha outro problema", finalizou.
A Secretaria de Estado da Saúde Pública do Rio Grande do Norte (Sesap-RN) se posicionou sobre o caso por meio de nota. No entanto, no texto, uma pasta sequer cita os casos de óbitos e não forneceu mais informações sobre as mortes.
A pasta esclareceu que a UTI Neonatal do Hospital Santa Catarina "está passando por um processo de desinfecção e por isso não admitirá novos pacientes". Segundo a secretaria, a ação é "necessária para garantir as condições de segurança sanitária para receber novos bebês". As visitas foram suspensas.
Ainda no documento, a Sesap afirmou que "a medida foi tomada após o Núcleo de Vigilância Epidemiológica Hospitalar da unidade para identificar um possível surto infeccioso. O Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) da Sesap foi notificado no último dia 18 de outubro e está realizando o processo de investigação epidemiológica ".
Outro ponto destacado pela secretária é que oito dos 24 leitos instalados na unidade estão bloqueados para a desinfecção.
Confira a nota da Sesap na íntegra:
A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) comunica que a UTI Neonatal do Hospital Dr. José Pedro Bezerra (Santa Catarina) está passando por um processo de desinfecção e por isso não admitirá novos pacientes. A ação é necessária para garantir as condições de segurança sanitária para receber novos bebês. Também estão suspensas como visitas nesse período.
A medida foi tomada após o Núcleo de Vigilância Epidemiológica Hospitalar da unidade identificar um possível surto infeccioso. O Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) da Sesap foi notificado no último dia 18 de outubro e está realizando o processo de investigação epidemiológica, que envolve a equipe técnica das Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar (DTHA), Vigilância Sanitária Estadual e Municipal, Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), Comissão Estadual de Controle de Infecção Hospitalar (CECIH), Núcleo de Segurança do Paciente (NSP) e Coordenação de Atenção à Saúde (CAS)
Oito leitos estão bloqueados para desinfecção, do total de 24 leitos de UTI Neonatal disponíveis. A Sesap está trabalhando para garantir a atualização de novos pacientes para outras unidades enquanto perdurar o bloqueio.
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