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quarta-feira, 27 de abril de 2022

“Operação comprova roubalheira do Consórcio”, diz Kelps

Kelps: “Todos os governadores cometeram irregularidades, inclusive Fátima”. Foto: ALRN

“Essa operação só comprova duas coisas: houve roubalheira no Consórcio Nordeste e o Rio Grande do Norte já deveria ter saído dele há muito tempo, pois o Consórcio só causou prejuízo ao estado”, afirmou o deputado estadual Kelps Lima (SDD), sobre a Operação Cianose, deflagrada pela Polícia Federal nesta terça-feira 26, com mandados de busca e apreensão de documentos e objetos que comprovem supostos desvios na aquisição de respiradores pelo Consórcio Nordeste em 2020, causando um prejuízo de R$ 48 milhões aos estados nordestinos, sendo R$ 5 milhões somente ao Rio Grande do Norte.

Segundo Kelps Lima, que presidiu a CPI da Covid no RN no ano passado, novos desdobramentos devem surgir e podem atingir o Estado. “O sentimento de impunidade faz com que o bandido relaxe, então, é possível achar muita coisa. Para um juiz permitir uma medida dessas, é porque há fatos fortes. A governadora e o secretário de Saúde (Cipriano Maia) incorreram em improbidade administrativa”.

E afirmou: “Todos os governadores cometeram irregularidades ao repassar o dinheiro sem checar a empresa, inclusive Fátima Bezerra. O secretário confessou que não leu o contrato, pagou antecipado e não tinha dotação orçamentária. Tanto que a governadora foi indiciada pela CPI e provavelmente, responderá por improbidade”.

Kelps destacou ainda que o fato de Fátima Bezerra não ter se manifestado pela saída do RN do Consórcio Nordeste e pela demissão de Gabbas da direção deste, após todos os escândalos surgidos nos últimos dois anos. Para ele, o governo do Estado se mantém conivente com tudo o que aconteceu e sofrerá consequências eleitorais, uma vez que a população está olhando quem roubou e quem deve ser punido.

Segundo o deputado, para participar do Consórcio, o RN paga quase R$ 1 milhão por ano à entidade. Outra circunstância torna mais perigosa a situação do Consórcio Nordeste. “Todas as pessoas que de alguma forma atuaram na época do escândalo dos respiradores continuam em suas posições estratégicas de manuseio de verbas oriundas dos estados para o Consórcio. A começar pelo secretário-geral Carlos Gabas, elo de captação do dinheiro entre a entidade e os estados”, disse.

Operação

A ação da Polícia Federal foi deflagrada nesta terça, com mandados de busca e apreensão contra empresários, laranjas e lobistas nos estados da Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e no Distrito Federal. Um dos alvos foi o ex-secretário da Casa Civil da Bahia, Bruno Dauster. Uma primeira operação foi feita em 2020 pelo Ministério Público da Bahia, com o caso sendo enviado ao STJ depois que surgiram indícios da participação do governador da Bahia, Rui Costa (PT), nos fatos.

Respostas

Bruno Dauster informou que prestou dois depoimentos e se colocou à disposição para esclarecer os fatos. “Espero que os fatos sejam esclarecidos o mais rapidamente possível e que sejam caladas as vozes que tentam deturpar minha atuação”, afirmou. Em nota, o Consórcio afirmou que foi “vítima de uma fraude por parte de empresários que receberam o pagamento e não entregaram os aparelhos, fato que foi imediatamente denunciado pelo próprio Consórcio Nordeste às autoridades policiais e ao Judiciário”.

Agora RN

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