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terça-feira, 30 de maio de 2023

MST invade propriedade localizada em Mossoró

Divulgação/MST

Mais uma invasão de terras foi realizada no Rio Grande do Norte. O Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra anunciou que, na última sexta-feira, realizou a invasão de uma área localizada às margens da BR-405, em Mossoró. Segundo o Movimento, cerca de 500 famílias estão acampadas na propriedade invadida. Não há detalhes sobre a titularidade da área, se é uma propriedade privada ou um terreno público. A invasão concretiza em parte a "ameaça" realizada pelo Movimento, no mês de abril, de realizar invasões pelo Estado e que foi amplamente criticada pelo setor produtivo rural do Estado, como um ataque ao direito à propriedade privada.

O MST publicou em seu Instagram que as famílias acampadas realizaram a primeira assembleia nesta segunda, quando decidiram construir casas e outras benfeitorias no terreno invadido. Não há, até o momento, informações sobre a atuação do Incra, da Polícia ou de qualquer outra instituição pública. As publicações do Movimento afirmam que a invasão tenta "alertar os órgãos responsáveis para que realizem a desapropriação da área para fins de Reforma Agrária". Segundo informações de fontes que não querem ser identificadas, empresários da região já se organizam para defender suas propriedades.

Em abril, o MST havia afirmado que planejava invadir 11 terras em "todas as regiões do Rio Grande do Norte", de acordo com declaração do coordenador de Frente de Massas do movimento, Paulo Neto. Aproximadamente 1.100 famílias estavam, naquela oportunidade, mobilizadas para as ocupações. Por estratégia, os militantes não revelam que tipo de área ou o local das ações. "A gente fez um levantamento prévio e chegamos nessas 11 terras", disse Neto. As ocupações fariam parte de uma ação coordenada em todo o País para cobrar desapropriações e "em protesto ao agronegócio".

O  presidente da Federação da Agricultura, Pecuária e Pesca do RN (Faern), José Vieira, considerou, à época que a série de atos do MST foi anunciada, que se tratava de "terrorismo". "Toda invasão é criminosa, porque você está invadindo o que é do outro. Então, essa ação [do MST] é criminosa, e também consideramos ela terrorista. Essa é uma ação terrosista de um grupo terrorista", disse.    

Como presidente do órgão, Vieira lamentou a possibilidade de invasões e também afirmou esperar uma ação das forças policiais do Estado, removendo os manifestantes de possíveis terras invadidas. "A polícia deve retirar imediatamente esses baderneiros, criminosos, que estão invadindo órgãos públicos", afirmou.

O MST no RN negou  na época que "planejava invadir 11 terras a partir da próxima sexta" e disse que “existem ocupações planejadas, sim, mas não da forma que a mídia está circulando, com o intuito de instaurar fake news e criminalizar a imagem do movimento”.  Naquele mês, cerca de 300 militantes sem terra fizeram uma caminhada até a sede do  Incra, em Natal, onde ocuparam o prédio. O superintendente do Incra-RN, Lucenilson de Oliveira, disse que os militantes pediam melhorias em assentamentos e a retomada de processos para obtenção de terras. Segundo ele, o diálogo permitiu a saída do Movimento do prédio. “Há um compromisso de retomar esses processos”, afirmou Lucenilson.

Com informações da Tribuna do Norte


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