O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, deu nome e sobrenome na sua carta de despedida da petroleira. Aos subordinados disse que os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Silveira (Minas e Energia) ficaram "regozijados" com sua "demissão precoce".
Desde que entrou na petroleira, o petista enfrentou uma queda de braço com os dois ministros. Ao seu lado, apenas Fernando Haddad (Fazenda).
A primeira discussão, no começo do ano passado, nunca foi superada. Prates tentou emplacar as vagas da União no conselho de administração da Petrobras.
Interlocutores dos dois lados contam que o petista encaminhou ao Palácio do Planalto os seis nomes que seriam os representantes da União sem combinar com Silveira.
Teria feito a pedido da Casa Civil. Seus interlocutores contam que o executivo passou um final de semana desenhando o modelo do colegiado, com mulheres, empresários, acadêmicos. Pelo seu critério, pessoas que não teriam problemas para cumprir ordens do governo, mas que entendiam do setor.
Quando os nomes foram apresentados ao presidente Lula, ele questionou se haviam consultado o ministro de Minas e Energia, a quem cabe as indicações. Diante da resposta negativa, Rui Costa levou uma bronca do presidente, que determinou que submetesse a lista a Silveira.
Na ocasião, houve uma discussão feroz entre Prates e Silveira numa conversa por telefone intermediada pelo chefe da Casa Civil.
No dia seguinte, ainda num final de semana, Silveira enviou a sua lista de nomes sem aguardar Prates. Novas discussões acaloradas até que Prates abriu mão de participar da composição do colegiado.
Já a divergência entre Prates e Silveira se deu por causa da venda de uma refinaria na Bahia ainda na gestão Bolsonaro.
Silveirinhas e tom de delegado
O petista apelidou de "silveirinhas" os indicados do ministro no conselho e trabalhou no mês passado para tomar o controle do colegiado, numa manobra interceptada pelo ministro, como revelou a coluna. Silveira é hoje um dos ministros mais próximos de Lula. Uma demonstração disso foi quando recebeu a primeira-dama, Janja, em seu gabinete sem a presença do presidente.
Prates, que consolidou-se no PT como a voz do óleo e gás, dizia abertamente para seu grupo que "Silveira entende tanto de petróleo quanto uma criança".
O ministro é delegado e nunca tinha atuado na área antes de assumir o Ministério de Minas e Energia por indicação do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), de quem é conterrâneo, e de Gilberto Kassab. Não por acaso, Prates se queixava que o ministro se comportava em reuniões "como um delegado que tenta arrancar confissões". Já Silveira passou o último ano acusando Prates de usar a Petrobras para se eleger governador do Rio Grande do Norte em 2026.
Com informações do UOL
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